Redatora
Publicado em 12 de junho de 2025 às 09h01.
O dólar opera próximo à mínima de 2025 nesta quinta-feira, 12, pressionado pela combinação de tensões geopolíticas no Oriente Médio e crescentes incertezas sobre a estabilidade do acordo comercial entre Estados Unidos e China.
No começo do dia, o índice MSCI de ações globais recuava 0,1%, após atingir uma máxima histórica na quarta-feira, 11. Na Europa, o Stoxx 600 caía 0,8%, com perdas concentradas em companhias aéreas e montadoras, afetadas pela alta recente do petróleo. Os contratos futuros dos índices S&P 500 e Nasdaq registravam queda de 0,5% cada.
No mercado cambial, o dólar cedia cerca de 0,6% frente ao franco suíço e ao iene japonês, e operava próximo dos níveis mais baixos desde abril, que já haviam sido os menores em três anos. Desde o início do ano, a moeda americana acumula perda de aproximadamente 10% frente a uma cesta de moedas. O euro, por sua vez, avançava para a máxima em sete semanas, cotado a US$ 1,1535.
Investidores reagiram à notícia de que os Estados Unidos iniciaram a retirada de parte de seu pessoal diplomático do Oriente Médio, após o aumento das ameaças na região. O Irã, segundo uma autoridade ouvida pela Reuters, não abrirá mão do enriquecimento de urânio e foi alertado por um país regional sobre a possibilidade de um ataque militar por parte de Israel.
Nos mercados globais, o alívio com o desfecho positivo das conversas comerciais entre EUA e China, anunciado por Donald Trump no início da semana como um "ótimo acordo", rapidamente se dissipou. O presidente afirmou que, nas próximas semanas, enviará cartas com os termos de novos acordos comerciais a dezenas de países. A sinalização reacendeu os temores de novos choques tarifários e acentuou a correção nos mercados.
Com o ambiente de incerteza, os títulos do Tesouro americano se valorizaram. Os rendimentos dos papéis de 10 anos caíam para abaixo de 4,4%, enquanto os títulos de dois anos recuavam para 3,93%.
Na agenda econômica, investidores aguardam a divulgação do índice de preços ao produtor dos EUA. O dado é acompanhado de perto por alimentar o índice de gastos com consumo (PCE), referência para as decisões do Federal Reserve.
O índice de preços ao consumidor divulgado na quarta-feira apontou alívio inflacionário, com queda nos preços de gasolina, carros e moradia. Ainda assim, economistas alertam que o impacto das tarifas sobre a inflação tende a se intensificar nos próximos meses.
No mercado de commodities, o ouro permanecia estável em torno de US$ 3.350 por onça, enquanto o petróleo cedia 1%, cotado a US$ 69,07 o barril, mas seguia próximo das máximas em dois meses. Mesmo com queda acumulada de 20% nos últimos 12 meses, a commodity voltou ao radar dos investidores diante dos riscos geopolíticos e das implicações para a inflação global.