Anbima: entidade diz que medidas 'não atacam o problema fiscal em si' (Germano Lüders/Exame)
Repórter de finanças
Publicado em 9 de junho de 2025 às 17h19.
A Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais (Anbima), que representa gestoras e instituições financeiras com mais de R$ 9 trilhões em patrimônio, disse que as medidas propostas pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, como a taxação de LCIs e LCAs, “não atingem o problema [do fiscal] em si”.
“As informações divulgadas até agora evidenciam a adoção de medidas de caráter arrecadatório e de curto prazo. Elas não atingem o problema em si, que é estrutural e exige ações coordenadas de curto, médio e longo prazos”, disse a entidade em nota.
No entanto, a instituição diz que a tributação desses títulos segue em linha com uma defesa histórica da associação, a favor da redução das assimetrias entre diferentes produtos de investimento.
Em nota, ela afirma que reconhece a importância de abrir o debate sobre o equilíbrio fiscal e defende que o Brasil persiga uma melhor eficiência na arrecadação, além de uma gestão mais eficaz dos recursos públicos para conter a evolução dos gastos primários.
Para a Anbima, as medidas ainda carecem de detalhamento para uma análise mais aprofundada sobre os impactos ao mercado de capitais.
Confira a nota na íntegra:
As medidas anunciadas ontem (8) pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para substituir as determinações do Decreto 12.466, ainda carecem de detalhamento para uma análise mais aprofundada da ANBIMA (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) sobre os impactos ao mercado de capitais.
Entre as mudanças já anunciadas, a tributação de LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e LCAs (Letras de Crédito do Agronegócio) segue em linha com uma defesa histórica da Associação, em favor da redução das assimetrias entre diferentes produtos de investimento.
As informações divulgadas até agora evidenciam a adoção de medidas de caráter arrecadatório e de curto prazo. Elas não atingem o problema em si, que é estrutural e exige ações coordenadas de curto, médio e longo prazos.
Reconhecemos a importância de abrir o debate sobre o equilíbrio fiscal e defendemos que o Brasil persiga uma melhor eficiência na arrecadação e uma gestão mais eficaz dos recursos públicos para conter a evolução dos gastos primários.