Patrocínio:
(Circle/Reprodução)
Repórter do Future of Money
Publicado em 6 de junho de 2025 às 14h40.
Última atualização em 9 de junho de 2025 às 11h38.
A Circle, empresa por trás da segunda maior stablecoin do mundo, realizou sua oferta pública de ações (IPO) na bolsa de Nova York (NYSE) na última quinta-feira, 5, entrando para o seleto grupo de empresas de criptomoedas listadas em bolsa. As stablecoins são criptomoedas de valor estável que acompanham o valor de determinado ativo, geralmente o dólar americano, como é o caso da USDC, com mais de US$ 61 bilhões em valor de mercado.
Na última quinta-feira, 5, a estreia da Circle na NYSE foi bastante animada, com demanda 25 vezes superior ao número de ações na oferta ampliada. A empresa comercializou 34 milhões de ações com preço inicial de US$ 31.
Nesta segunda-feira, 9, a CRCL é comercializada por US$ 119, mas chegou a ser negociada por US$ 138, segundo o Yahoo Finance. Do IPO até a máxima, a CRCL disparou 345% em poucos dias.
"A estreia da Circle na NYSE escancara o quanto o mercado de stablecoins ainda está subprecificado. A empresa administra mais de US$ 30 bilhões em USDC e gera bilhões em receita, mas foi avaliada a múltiplos bem abaixo de bancos que entregam margens semelhantes sem o mesmo crescimento", disse João Galhardo, analista de research da Mynt, plataforma cripto do BTG Pactual.
"Esse desconto reflete, em grande parte, a lacuna regulatória que ainda paira sobre o setor. Quando o GENIUS Act for aprovado no segundo semestre, a clareza jurídica para reservas, auditoria e emissão deve reduzir o risco-prêmio e destravar capital institucional - de gestoras de fundos a tesourarias corporativas, interessado em usar stablecoins como camada de liquidez global", acrescentou.
"Na prática, o IPO da Circle fixa um 'preço-chão' para os emissores de stablecoins. À medida que a regulação chegue e novas fontes de receita (como serviços de tesouraria on-chain) ganhem escala, veremos uma reprecificação substancial dessa classe de ativos, acelerando a expansão do ecossistema cripto para além dos investidores nativos", concluiu Galhardo à EXAME.
Empresas como Ark Invest, Strategy e BlackRock haviam compartilhado interesse em comprar grandes quantidades de ações da Circle. A última, maior gestora de ativos do mundo, administra um fundo do mercado monetário governamental em nome da Circle, que mantém 90% das reservas que lastreiam o USDC, de acordo com a Bloomberg. Segundo o site da empresa, o Circle Reserve Fund tinha um saldo de US$ 53,3 bilhões em 29 de maio.
"Nossa transformação em empresa de capital aberto é um marco significativo e poderoso – o mundo está pronto para começar a se atualizar e migrar para o sistema financeiro online. Desde o início, temos nos concentrado profundamente em ser confiáveis, transparentes, cumpridores da lei, éticos e bem governados. Manter-nos fiéis aos altos padrões das normas e regulamentos da NYSE e da SEC aprofunda ainda mais essas características", publicou Jeremy Allaire, CEO da Circle, em sua conta oficial no X.
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